O conceito de resíduo constitui uma designação que é em si mesma complexa e, de certa forma, contraditória. Quando falamos em resíduos estamos, na realidade, a falar de todos os componentes do Universo. Todos os materiais são, foram ou serão resíduos, num determinado ponto e local do seu ciclo de vida, assim como, noutro ponto ou local, são, foram ou serão matérias-primas. Isto corresponde, afinal, às capacidades de adaptação às diferentes funções que terão de desempenhar e que conduzirão à permanência e evolução sustentada dos ecossistemas. Pode-se afirmar que tudo é resíduo ou matéria-prima, em função do momento e do local.
Uma definição, concisa e interessante, do que é Resíduo é dada por J.F. Oliveira (1995):
Co-produto que não podemos, não queremos ou não sabemos utilizar, num determinado momento e local, mas que, noutras circunstâncias, poderia ser utilizado.
As aplicações possíveis dos resíduos são tão vastas quanto a ciência e a tecnologia o permitam e os seus limites serão os da criatividade humana.
2 comentários:
Boas Francisco
Não há nada como começar com uma citação de alguém que foi professor no Instituto Superior de Agronomia, o Professor Santos Oliveira. Grande casa esta.
Bom trabalho
De facto é cada vez mais importante avaliar os resíduos como sub-produtos que devem ser valorizados. Tal como é reforçado na citação, a utilidade potencial dos materiais residuais dependem das circunstâncias, por isso para além da avaliação do potencial do material residual, é importante manter uma correspondência entre os mais variados sistemas de produção para que os sub-produtos/resíduos de uns se possam converter em matéria-prima de outros. Um ciclo produtivo demasiado utópico?!
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